Thursday 17 September 2009

Coisas boas

Cereais às cores.
Andar às cavalitas.
Actores feios.
O outro lado da almofada.
Tirar uma foto e aparecer alguém lá atrás a sorrir.
O segundo antes de desatares o último nó de um monte de fios.
Quando alguém te segura a porta do comboio.
Pais-Natal com barba a sério.
A parte do meio da torrada.
Apanhar o teu irmão a dançar no quarto.
Tirar o preço de qualquer coisa, de uma só vez.
Rebolar no assento de trás quando o condutor faz uma curva depressa.
Passar a mão pelo cabelo acabado de rapar.
Acertar no Mastermind à primeira.
Dormir com um pé de fora dos lençóis.
Ir na rua a ouvir a tua música.
Pôr a última peça do puzzle.
Passar por baixo de uma ponte quando está a chover e sentir aquele “um segundo de silêncio”.
Tirar os saltos altos depois de uma noitada.
Soprar qualquer coisa que cai ao chão antes de a comer.
Apanhar alguém a cantar no carro ao lado.
Aquela impressão na barriga quando se vai mesmo alto a andar de baloiço.
Acordar mais cedo e perceber que ainda tens duas horas para dormir.
Pôr batatas de pacote no meio de uma sandes.
Voltar a ver as cores da Lecool.

Mais um da Lecool. E completo:

Voltar a ver as cores de Lisboa.

Thursday 30 July 2009

1001

Tá certo que o número 1001 é graficamente muito apelativo. Mas daí também escolher 1001 coisas/cds/livros/músicas é um pouco demais. Uma vez eu li que 1001 tem o significado de infinito. Ou melhor, mais que o infinito. Tipo as mil e uma noites; são noites infinitas.

Vendo aqui nesse site uma lista dos 1001 discos que uma pessoa tem que ouvir antes de morrer, (além de me decepcionar com o gosto duvidoso dos álbuns) cheguei a conclusão que 1001 é demais e que, como fazer listas de coisas é uma delícia (vide High Fidelity), bom mesmo deve ser encontrar 101 discos pra se escutar antes de morrer. Tricky, mas com certeza muito mais legal que as infinitas sugestões de gosto duvidoso que se encontram no tal livro. Vale como food for thought, though. E se você tiver tempo, toca a ouvir todos os 1001.

Em compensação, como escolher 101 discos é tarefa muito complicada, posso começar por 101 músicos ou bandas e numa próxima fase escolher os seus álbuns. Número 1 da lista (não porque é o melhor de todos os tempos, porque isso eu não sei dizer, mas porque é por eles que eu comecei a escrever isso): Dave Matthews Band.

E mais, na lista das 101 coisas que deve-se fazer antes de morrer está: assistir a um show do Dave Matthews.

***

Thursday 9 July 2009

In brief

Semana boa, cheia de trabalho e algumas boas iniciativas. Finde com direito a butecagem, cinema, pão e casamento.

Oba!

PS: acho que tô escrevendo demais no twitter. Sempre menos de 140 palavras.

Friday 3 July 2009

Inspiração

Pra começar bem o finde:

"Toca a ir dar de beber aos tigres, assediar livreiros, dançar de olhos fechados. Toca a aproveitar as nuvens para algodão doce e fazer uma data de histórias para contar aos netos.

- Não vedes que, com Paraísos tais, se o céu não existir não haveis perdido absolutamente nada, festejai cá em baixo, ó ditosos mortais – disse então, Baudelaire, René, Miguel & Mami."

Da mega legal Le Cool.

Tuesday 30 June 2009

(os vários) Belo(s) Horizonte(s) (de BH)

Gente, BH só me surpreende. Às vezes pro bem, às vezes pro mal. Hoje foi pro mega bem.

Fiquei sabendo ontem do projeto Black Broder lá no Cineclube, que começa essa sexta e continua semanalmente depois. Só DJ massa e música boa pra dance the night away, tipo black e soul.

Aí eis que hoje me contam do festival Na Rua Na Rede Na Tora, o lançamento do selo digital Azucrina Records. Vai ser no sábado, de 12h às 22h debaixo do Viaduto Santa Tereza o dia todo, só diversão e música boa daquele inconfundível jeito alternativo-belorizontino-eternamente-em-mutação que só tem aqui. Bom demais.

A finalmente acabo de ler no Urbanistas que Belo Horizonte virou O-F-I-C-I-A-L-M-E-N-T-E a capital mundial de bares! =D

BH tá tentando me ganhar... e apesar de eu me fazer de difícil, ela bem que tá conseguindo. :)

Thursday 25 June 2009

Eureka! (II)

Pois é, sumi mesmo. Tava introspectando por uns bons dias. Nada de tristeza ou meditação, só mesmo uma introspecção que não envolvia updates cibernéticos. E não é que deu resultado?

Hoje, além de ser o dia que o Michael Jackson morreu (o que ainda me parece inacreditável, já que eu fiquei sabendo pelo twitter), é também o dia em que eu resolvi minha vida em um minuto e meio. Andando de volta pra casa hoje de manhã eis que cai uma ficha das grandes na minha cabeça e eu figure out tudinho. Assim, do nada. Veio. Que alívio.

O caminho pra conseguir o que eu quero não é dos mais fáceis. Talvez possa ser categorizado como um dos mais difíceis, na verdade, mas mais difícil ainda era eu descobrir o que era isso aí que eu queria tanto. Essa parte resolvida, agora só falta o resto, que é correr atrás loucamente de doutorados, bolsas e livros pra estudar como uma louca coisas de uma área que eu adoro mas que não sei nada substancial. Mas mesmo assim, repito: ai, que alívio! :)

Além disso, mais calma, me preparo para um finde daqueles, nada nada calmo, pra felicidade geral da nação. Finde de Festa Junina, de Werneckstock, de domingo possivelmente passado com amigos de outra data. Bom demais. Pra corooar a alegria da descoberta de hoje.

:)

Friday 19 June 2009

A question

Why are things showing to be so much more difficult than I thought? I hope this will make me stronger.

Wednesday 3 June 2009

Adamastor


Parece que vai ser difícil eu deixar de ler e, consequentemente, de transcrever pra cá, os deliciosos textos semanais da Lecool. É que, além de divertidos e nada lugar-comum, eles ainda trazem pedacinhos de Lisboa espalhados... algumas vezes claramente expostos, outras vezes escodidos em pequenos detalhes que só quem conhece sabe. É triste e feliz ler a Lecool toda semana estando tão longe. É saudade sentida de outro jeito.

"É quase comovente ver que, passados 500 e tal anos, o assustador Adamastor passou de monstro solitário, ao anfitrião mais cool cá do pedaço.
Ele é pândega, todas as tardes, entre as geriátricas madames do naperon, os selectos grupos de junkies-drunkies-crazies que lá dormem, a malta da rasta-mais-amor-menos-champô, as meninas queques-vamos-lá-ver-se-conseguimos-sair-daqui-com-o-telemóvel, os estrangeiros (que já não viam tamanho melting pot desde a velha Babilónia) e os cães, claro, a correr, a ladrar e a fazer tudo o que os cães fazem!
Mas, meus amigos, há que estender esta fauna a outros édens, que tal um Garrafão (aportuguesamento pois claro) no Parque Eduardo VII, ao pé dos “meninos”, na Alameda, ao pé das “meninas”, na Gulbenkian, no Príncipe Real, na Estrela…

Há quase mais relva que mar, toca a conquistar, dizem, René, Miguel & Mami."

Snif. Snif.

Sunday 24 May 2009

Acaso

Engraçado como que às vezes as coisas simplesmente ficam no lugar.

Thursday 21 May 2009

Vamos pecar

Recadinho vindo direto de Lisboa, da LeCool, que de tão legal ainda recebo semanalmente na minha caixa de entrada... por saudade. E por vontade de ainda ser assim.

“Estávamos nós (Eça e Ramalho) naquela apaixonada discussão de ideias (marinada em grandes destilações da uva) na já costumeira Tertúlia das Severinas, quando brindámos ao Óscar W. no “resistir a tudo menos à tentação”. Levámos a coisa para ainda mais perto de Dionísio e prometemos, pela alma do folhetim Lecool, pecar grandemente na dita semana. Deixámos em acta o seguinte, assinando com sangue à Dr.Fausto.

Segunda seremos obscenamente vaidosos, assediando tudo o que é montra, espelho ou superfície reflectora.
Terça invejaremos os defeitos do próximo, desejaremos grandes doses de estupidez, fealdade e outras bençãos.
Quarta vamos libertar a Ira e esmurrar almofadas, rasgar esferovite e gritar enquanto o comboio passa.
Quinta suaremos Luxúria por becos, escadinhas e casas de banho de cinema.
Sexta estaremos forretas, cravaremos até o malabarista, o cego do metro, o saxofonista.
Sábado é para comer muito e beber mais, desde a rasca-tasca ao restaurante-importante.
Domingo glorificaremos a Preguiça, rebolando por jardins, desmaiando ao sol….”

Não quebres o nosso pacto, peca por aí também, segredam René, Miguel & Mami."

Sete pecados. Sete dias da semana. Nunca foi tão fácil pecar!

***

Wednesday 13 May 2009

Vermelho

Pois é, percebi que tem mesmo gente lendo o meu blog temp! =) Como agora eu sei que tenho público, resolvi escrever mais um pouquinho.

O mood já mudou bastante desde o último post, se bem que aquela foi uma semana difícil mesmo. Como eu disse lá no final, chacoalhei um pouco e deu certo, melhorou os ânimos. A busca por emprego, que já se mostrou um trabalho 24/7 como qualquer outro (só que voluntário) tá complicadinho. Às vezes rola uma esperancinha, depois ela se esvai. Mas bem, é esperar e correr atrás, esperar mais um pouco e correr atrás mais um monte. Ainda mais agora que eu já tenho um grande projeto de ano novo casa nova com a minha mais nova futura convivente belorizontina: a Ana! Eu e Ana Bacana resolvemos ir morar juntas, possivelmente no Sta Tereza, assim que ela chegar de Portugal. Se eu for ficar por aqui mesmo, esse é o caminho. Mais uma razão pra eu arrumar emprego logo.

Tirando a busca incansável pelo emprego perdido, o resto vai bem melhor também. BH pode ser surpreeendente, apesar de que quase sempre não o é. To finalmente ficando à vontade aqui, ou to quase chegando lá, e o sentimento é até bom. Se bem que descobri que Lisboa me faz uma falta instrínseca... estranho, bom, triste. Mais estranho que tudo. Direto acontece de eu pensar em ir fazer tal coisa, só que só dá pra fazer essa coisa lá em Lisboa. Penso em ligar pra Mari pra combinar um café, pra chamar os meninos pra ir à Fábrica, fazer um jantar lá em casa... são sentimentos inocentes mas matadores que me apertam um montão o coração. Isso sem falar na ideia que antes eu tinha de "Londres tá a 50 euros de distãncia", ideia esta que promovia um desapego super saudável do tipo, "quando eu tiver saudades de Londres é só pegar o avião" ou ir ao Corte Inglés comprar Twinnings. Agora não é assim mais. Escuto Lily Allen no rádio e penso, "LDN tá distante". Leio sobre Bruxelas e UE no jornal e vejo que não vou a Bruxelas daqui uns meses, nem vou provavelmente falar em quase nenhuma língua estrangeira pelos próximos meses, muito menos vou à GA na Lituânia. =( A Europa agora tá longe...

Mas outra parte do aprendizado é esta, aprender a lidar com a falta, essa bloody falta que eu sempre sinto o tempo todo em qualquer lugar que eu esteja. E é por isso que hoje eu to red. Red, que não significa vermelha, nem vermelho. É um estado, to em estado red. To red de tudo. Red de saudades (que não é azul, como a tristeza, mas vermelha porque a saudade é quente). Red de paixão por uma coisa que eu ainda não consegui e nem o que é. Red de uma ansiedade leve pra ver os planos se concretizarem. Red de escutar rock. Red de empolgação pelas novidades que me aguardam, pelos velhos novos amigos, pela cidade a explorar. Red. Completamente vermelho tá hoje o meu coração.

E isso é bom. Quer dizer que está voltando o drive.

***

Soundtrack: montes de novas soundtracks. Blind Melon, John Butler Trio e Once OST, só pra citar algumas.

Sunday 3 May 2009

Blank

Complicado isso de se mudar de cidade. Pra quem ficou mudando a cada 4 ou 6 meses durante 2 anos, já era pra eu tirar de letra... e eu bem achava que tirava, até perceber que eu só aprendi a mudar pra cidades novas e não pra minha velha e boa Belo Horizonte. Passadas as 2 ou 3 semanas iniciais de pura diversão e matança de saudades, finalmente chegou aquilo que eu tinha medo: a inércia belo horizontina, a desfamiliaridade com as pessoas, os lugares, a rotina.

Acompanhado vem também outro medo, o de não achar um trabalho legal ou, pior ainda, o de nunca saber o que é um trabalho legal, o de não saber o que fazer, o de não me encontrar nunca mais. Triste e difícil, mas eu tinha certeza que esse momento chegaria e pra falar a verdade acho que ele é até necessário, assim como alguns outros sofrimentos na vida. A fase é complicada, a inspiração pra qualquer coisa tá zero, mas é bom passar por uma cachoalhada assim de vez em quando, pra ficar esperta.

Mas vou contar um segredo. Desde que eu cheguei, tenho um pressentimento bastante forte: acho que junho vai ser o meu mês. Não o começo, mas o final, lá os quase últimos dias, 21 ou 22, por aí. É chacoalhar e esperar pra ver.

***

Soundtrack: nenhuma. It's a blank day.

Monday 27 April 2009