Sunday 24 May 2009

Acaso

Engraçado como que às vezes as coisas simplesmente ficam no lugar.

Thursday 21 May 2009

Vamos pecar

Recadinho vindo direto de Lisboa, da LeCool, que de tão legal ainda recebo semanalmente na minha caixa de entrada... por saudade. E por vontade de ainda ser assim.

“Estávamos nós (Eça e Ramalho) naquela apaixonada discussão de ideias (marinada em grandes destilações da uva) na já costumeira Tertúlia das Severinas, quando brindámos ao Óscar W. no “resistir a tudo menos à tentação”. Levámos a coisa para ainda mais perto de Dionísio e prometemos, pela alma do folhetim Lecool, pecar grandemente na dita semana. Deixámos em acta o seguinte, assinando com sangue à Dr.Fausto.

Segunda seremos obscenamente vaidosos, assediando tudo o que é montra, espelho ou superfície reflectora.
Terça invejaremos os defeitos do próximo, desejaremos grandes doses de estupidez, fealdade e outras bençãos.
Quarta vamos libertar a Ira e esmurrar almofadas, rasgar esferovite e gritar enquanto o comboio passa.
Quinta suaremos Luxúria por becos, escadinhas e casas de banho de cinema.
Sexta estaremos forretas, cravaremos até o malabarista, o cego do metro, o saxofonista.
Sábado é para comer muito e beber mais, desde a rasca-tasca ao restaurante-importante.
Domingo glorificaremos a Preguiça, rebolando por jardins, desmaiando ao sol….”

Não quebres o nosso pacto, peca por aí também, segredam René, Miguel & Mami."

Sete pecados. Sete dias da semana. Nunca foi tão fácil pecar!

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Wednesday 13 May 2009

Vermelho

Pois é, percebi que tem mesmo gente lendo o meu blog temp! =) Como agora eu sei que tenho público, resolvi escrever mais um pouquinho.

O mood já mudou bastante desde o último post, se bem que aquela foi uma semana difícil mesmo. Como eu disse lá no final, chacoalhei um pouco e deu certo, melhorou os ânimos. A busca por emprego, que já se mostrou um trabalho 24/7 como qualquer outro (só que voluntário) tá complicadinho. Às vezes rola uma esperancinha, depois ela se esvai. Mas bem, é esperar e correr atrás, esperar mais um pouco e correr atrás mais um monte. Ainda mais agora que eu já tenho um grande projeto de ano novo casa nova com a minha mais nova futura convivente belorizontina: a Ana! Eu e Ana Bacana resolvemos ir morar juntas, possivelmente no Sta Tereza, assim que ela chegar de Portugal. Se eu for ficar por aqui mesmo, esse é o caminho. Mais uma razão pra eu arrumar emprego logo.

Tirando a busca incansável pelo emprego perdido, o resto vai bem melhor também. BH pode ser surpreeendente, apesar de que quase sempre não o é. To finalmente ficando à vontade aqui, ou to quase chegando lá, e o sentimento é até bom. Se bem que descobri que Lisboa me faz uma falta instrínseca... estranho, bom, triste. Mais estranho que tudo. Direto acontece de eu pensar em ir fazer tal coisa, só que só dá pra fazer essa coisa lá em Lisboa. Penso em ligar pra Mari pra combinar um café, pra chamar os meninos pra ir à Fábrica, fazer um jantar lá em casa... são sentimentos inocentes mas matadores que me apertam um montão o coração. Isso sem falar na ideia que antes eu tinha de "Londres tá a 50 euros de distãncia", ideia esta que promovia um desapego super saudável do tipo, "quando eu tiver saudades de Londres é só pegar o avião" ou ir ao Corte Inglés comprar Twinnings. Agora não é assim mais. Escuto Lily Allen no rádio e penso, "LDN tá distante". Leio sobre Bruxelas e UE no jornal e vejo que não vou a Bruxelas daqui uns meses, nem vou provavelmente falar em quase nenhuma língua estrangeira pelos próximos meses, muito menos vou à GA na Lituânia. =( A Europa agora tá longe...

Mas outra parte do aprendizado é esta, aprender a lidar com a falta, essa bloody falta que eu sempre sinto o tempo todo em qualquer lugar que eu esteja. E é por isso que hoje eu to red. Red, que não significa vermelha, nem vermelho. É um estado, to em estado red. To red de tudo. Red de saudades (que não é azul, como a tristeza, mas vermelha porque a saudade é quente). Red de paixão por uma coisa que eu ainda não consegui e nem o que é. Red de uma ansiedade leve pra ver os planos se concretizarem. Red de escutar rock. Red de empolgação pelas novidades que me aguardam, pelos velhos novos amigos, pela cidade a explorar. Red. Completamente vermelho tá hoje o meu coração.

E isso é bom. Quer dizer que está voltando o drive.

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Soundtrack: montes de novas soundtracks. Blind Melon, John Butler Trio e Once OST, só pra citar algumas.

Sunday 3 May 2009

Blank

Complicado isso de se mudar de cidade. Pra quem ficou mudando a cada 4 ou 6 meses durante 2 anos, já era pra eu tirar de letra... e eu bem achava que tirava, até perceber que eu só aprendi a mudar pra cidades novas e não pra minha velha e boa Belo Horizonte. Passadas as 2 ou 3 semanas iniciais de pura diversão e matança de saudades, finalmente chegou aquilo que eu tinha medo: a inércia belo horizontina, a desfamiliaridade com as pessoas, os lugares, a rotina.

Acompanhado vem também outro medo, o de não achar um trabalho legal ou, pior ainda, o de nunca saber o que é um trabalho legal, o de não saber o que fazer, o de não me encontrar nunca mais. Triste e difícil, mas eu tinha certeza que esse momento chegaria e pra falar a verdade acho que ele é até necessário, assim como alguns outros sofrimentos na vida. A fase é complicada, a inspiração pra qualquer coisa tá zero, mas é bom passar por uma cachoalhada assim de vez em quando, pra ficar esperta.

Mas vou contar um segredo. Desde que eu cheguei, tenho um pressentimento bastante forte: acho que junho vai ser o meu mês. Não o começo, mas o final, lá os quase últimos dias, 21 ou 22, por aí. É chacoalhar e esperar pra ver.

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Soundtrack: nenhuma. It's a blank day.